O Mês da Consciência Negra é uma oportunidade valiosa para explorar a riqueza da literatura afro-brasileira e internacional, mergulhando em histórias que tratam de questões de gênero, raça, ativismo e luta antirracista.
Neste post, apresentaremos uma lista cuidadosamente selecionada de livros que contam histórias por vezes tristes, mas sempre inspiradoras, e que desafiam percepções. Prepare-se para uma jornada literária única!
1 “Quarto de Despejo” – Carolina Maria de Jesus

O pouco estudo, a pobreza, e a necessidade de trabalhar até 10 horas por dia para sustentar três filhos pequenos não impediu Carolina Maria de Jesus de registrar seu cotidiano triste e cruel enquanto moradora da comunidade do Canindé, em São Paulo. “Quarto de Despejo” é um compilado dos diários de Carolina, que descreve, em linguagem simples, mas contundente, as mazelas de uma mulher pobre, negra e favelada no Brasil nos anos 1950.
2 “Americanah” – Chimamanda Ngozi Adichie

A nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie leva os leitores a uma jornada transcontinental em “Americanah”. Em suas páginas, o romance narra o primeiro amor da jovem Ifemelu com Odílio, tendo como pano de fundo um país assombrado por um regime militar sangrento. Ifemelu muda-se para os Estados Unidos, mas em sua jornada pelo país acaba tendo que lidar com questões raciais, de identidade e pertencimento.
3 “O Olho Mais Azul” – Toni Morrison

A história em “O Olho Mais Azul” gira em torno Pecola Breedlove, adolescente rejeitada pelos pais, pelos colegas e até por sua família adotiva. De tanto despezo, nasce o desejo de que seus olhos sejam azuis. O livro é uma narrativa comovente sobre complexidade das relações raciais nos Estados Unidos, explorando os temas da autoidentidade e das microviolências do dia-a-dia, que pouco a pouco minam o amor próprio de uma criança.
Toda noite, sem falta, ela rezava para ter olhos azuis (…). Lançada dessa maneira na convicção de que só um milagre poderia socorrê-la, ela jamais conheceria a própria beleza. Veria apenas o que havia para ver: os olhos das outras pessoas
4 “Pequeno Manual Antirracista” – Djamila Ribeiro

O “Pequeno Manual Antirracista” explora diversas dimensões do racismo, desde suas manifestações mais explícitas até formas mais sutis e estruturais. No livro, a filósofa e ativista Djamila Ribeiro discute a importância de reconhecer e combater o racismo em diferentes esferas da vida, incluindo educação, trabalho, mídia e relações interpessoais. O livro é uma leitura valiosa para aqueles que desejam entender melhor as complexidades do racismo e se engajar na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.
5 “A Cor Púrpura” – Alice Walker

Publicado em 1982, este romance de Alice Walker aborda temas como a violência doméstica, a busca pela identidade, o papel das mulheres na sociedade e as complexidades das relações familiares. Walker também explora a importância da comunidade e do apoio entre mulheres negras como meio de resistência e superação das adversidades.
6 “Não Basta Não Ser Racista” – Robin DiAngelo

A autora, conhecida por seu trabalho sobre “fragilidade branca”, explora como o antirracismo não é apenas a ausência de racismo, mas sim um compromisso ativo contra a discriminação racial. O livro oferece sugestões e insights sobre como superar essas defesas e se envolver mais construtivamente na luta contra o racismo sistêmico.
7 “Mulheres, Raça e Classe” – Angela Davis

Em “Mulheres, Raça e Classe”, a professora e filósofa Angela Davis examina as principais raízes das opressões raciais, em uma obra que explora a interseccionalidades entre raça, gênero e classe.
8 “O Ódio que Você Semeia” – Angie Thomas

“O Ódio Que Você Semeia” aborda a questão da violência estatal, seguindo a jornada da jovem Starr Carter após testemunhar o assassinato de seu melhor amigo Khalil, desarmado, por um policial branco. O livro explora as complexidades do luto, identidade e ativismo enquanto Starr enfrenta o dilema de testemunhar contra o sistema. Ao longo da narrativa, Angie Thomas aborda temas como a discriminação racial, o papel da mídia, as relações familiares e a luta por justiça.
9 “Olhares Negros: Raça e Representação” – bell hooks

Na coletânea de ensaios críticos reunidos em “Olhares Negros”, bell hooks explora narrativas e discute sobre formas alternativas de observar a negritude. Ela foca no modo como a experiência das pessoas negras surge na literatura, na música, na televisão e, sobretudo, no cinema, e seu objetivo é criar uma intervenção radical na forma como nós falamos de raça e representação. Em suas próprias palavras, “os ensaios de Olhares Negros se destinam a desafiar e inquietar, a subverter e serem disruptivos”.
10 “Eu Sei Por Que o Pássaro Canta na Gaiola” – Maya Angelou

“Eu Sei Por Que o Pássaro Canta na Gaiola” é uma autobiografia escrita pela renomada poetisa e ativista norte-americana Maya Angelou. O livro foi publicado em 1969 e é o primeiro de sete volumes de suas memórias. O título faz referência à metáfora do pássaro enjaulado, simbolizando a luta pela liberdade e autodeterminação em face da opressão.
Ao escolher um desses livros, você não apenas enriquecerá sua compreensão sobre a experiência negra, mas também contribuirá para a promoção da diversidade na literatura. A leitura é uma maneira valiosa de honrar o Dia da Consciência Negra, explorando narrativas que transcendem fronteiras e enriquecem a compreensão coletiva da humanidade.
Aproveite o Dia da Consciência Negra para se perder nas páginas dessas obras cativantes, celebrando a riqueza e a complexidade da herança afro-brasileira e global.